Mulheres do Máscara+Renda inspiram documentário Fio do Afeto

Era o ano 2020, início da pandemia da Covid-19. Em março, a equipe da Rede Asta

recebeu dezenas de ligações de artesãs e costureiras. Elas estavam desesperadas, sem

ter como vender seus produtos, com perda de renda e empregos. Do outo lado,

centenas de pessoas e profissionais da saúde precisando de máscaras de proteção

para evitar o contágio pelo coronavírus. Foi quando acionamos as pequenas

confecções de nossa rede para produzirem máscaras e demais equipamentos de

proteção (EPIs). Mas queríamos fazer mais e produzir esses acessórios com as

mulheres que estavam isoladas em suas casas.

A empresa Vale comprou a ideia e foi nossa parceria no projeto Máscara Mais Renda,

implementado para dar conta da produção, gerar renda e apoiar pessoas e

comunidades com a distribuição de máscaras de pano. Quando nos demos conta,

tínhamos 24 empresas apoiadoras, 3 milhões de máscaras produzidas por 2.408

costureiras de 25 estados brasileiros e uma renda gerada de R$ 6 milhões, distribuída

entre essas mulheres.

Durante o projeto, nossa equipe escutou muitas histórias das artesãs e costureiras,

cheias de resiliência, superação, sofrimento e alegria. Soubemos de algumas que

conquistaram sua autonomia financeira, não dependendo de seus parceiros. Outras

formaram grupos para a produção, que se consolidaram como núcleos de apoio para

enfrentarem diferentes desafios, inclusive o cuidado com a saúde mental.

Diante de tantos relatos emocionantes, nós pensamos: “essas histórias precisam virar

um filme”. Mais uma vez, a Vale ficou ao nosso lado para patrocinar a iniciativa, junto

a Wheaton Precious Metals. Unimo-nos à Fundação Vale e à produtora Giros, dando

início às filmagens, com direção de Bianca Lanti.

Assim, chegamos ao documentário Fio do Afeto. O nome não poderia ser melhor,

porque une contextos diferentes, mas que têm, em comum, mulheres que se dedicam

às suas famílias e comunidades, lideranças que são referência e que transformam

realidades, sempre com garra e afeto.

Uma narrativa emocionante

Entre as histórias de Irene, Gilmara, Domingas, Eliana, Jaqueline, Josiene, Valdiene e

Vânia, estão outras brasileiras gigantes que costuram a narrativa: Heloisa Buarque de

Hollanda, que faz uma reflexão sobre a chegada da quarta onda feminista, que será

preta, indígena, comunitária; Zezé Motta, que interpreta textos de Conceição Evaristo,

escritora cujos poemas tecem a ancestralidade e a resistência das mulheres brasileiras.

O documentário será lançado dia 10 de outubro, no Festival Rio, em sessão fechada

para convidados. Mas, após a exibição, vamos realizar, no Teatro Clara Nunes, no

shopping da Gávea, das 20h às 21h30, uma roda de conversa que vai reunir as

protagonistas do filme, a ensaísta Heloísa Buarque de Hollanda, a escritora Conceição

Evaristo, a diretora Bianca Lanti, ao lado de Alice Freitas, cofundadora da Rede Asta, e

sua equipe.

As personagens do documentário vão falar sobre suas conquistas e os desafios que

enfrentam como líderes de suas comunidades ribeirinhas, quilombolas, indígenas, nos

centros urbanos e nas periferias. Dos obstáculos que têm de superar sendo, muitas

vezes, invisíveis e ameaçadas em contextos machistas e violentos. Também vão contar

como as redes e o artesanato são estratégias poderosas para fortalecer um feminismo

que veio para ficar, mais inclusivo e diverso.

A roda de conversa é aberta ao público e, para participar, é necessário inscrever-se no link.

Em breve, o documentário será disponibilizado para o público. Para saber mais, acesse

a página do filme no Instagram e fique por dentro das novidades e bastidores dessa

superprodução: @fiodoafeto_doc

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