O artesanato é uma atividade de introspecção e quase sempre é feito sozinho. Percebemos que mesmo as que atuam em grupo nem sempre tem um lugar para desabafar, colocar para fora e contar coma empatia de outras artesãs. Alice Freitas, co-fundadora da Rede Asta, faz parte de um grupo de apoio entre empreendedores sociais chamando Tendrel. É um momento de escuta ativa, livre de julgamentos e altamente humana. Um formato semelhante é utilizado no EO - Entrepreneur Organization, para empreendedores e empresários, que a Rachel Schettino, co-fundadora da Rede Asta, já fez parte. Se esse ambiente de troca entre lideranças de empresas é tão rico, por que não levar às artesãs?
Encontramos no Instituto C&A a parceria perfeita para começar a primeira rede de apoio entre artesãs líderes. Começamos no dia 07 de março três núcleos do Círculo das Empreendedoras no Estado do Rio de Janeiro: na capital, em Niterói e no Vale do Café. Convidamos lideranças de grupos que já estavam na Rede Asta e pedimos que elas chamassem outras artesãs que estão a frente de grupos produtivos.
"O círculo de empreendedoras é um espaço protegido, criado para promover vínculos e aprendizagem entre pares. Desenvolve capacidade de liderança e aumenta a negociação entre a rede." Fausto Amadigi, facilitador dos Círculos de Empreendedoras.
Durante 10 encontros que ocorriam mensalmente, os núcleos se reuniram e com a facilitação do Fausto falaram de suas dores, preocupações,celebraram momentos bons e desenvolveram pontos mapeados como essenciais para liderar grupos de produção artesanal como feedback, negociação e outros.
“O círculo reflete a vida, algumas reuniões serão intensas e incríveis, outras serão mais xoxas e está tudo bem.” Alice Freitas, cofundadora da Rede Asta
No dia 16 de agosto aconteceu o encerramento do círculos mediados pela Rede Asta. O objetivo é que a partir de agora os grupos se responsabilizem a dar continuidade aos encontros e ao crescimento através da troca.
“Falar e prestar atenção é essencial, mas essa coisa do círculo começou para mim desde que comecei a fazer parte da Rede Asta. Conhecer pessoas que nem moram perto de mim e criar conexões com elas... Isso tem sido muito bom. Tem sido melhor do que só vender. A troca de energia me recarrega.Não vejo hoje como um fim, temos que continuar para eu ter onde me recarregar.Aqui estão pessoas que aprendi a gostar. Estou recarregada, reabastecida. Tenho muito a agradecer.” Marisete Gomes, artesã líder do Atelier Janela Carioca.
