Muito se fala de uma vida mais sustentável, mas pouco se volta ao conceito de sustentabilidade para embasar as decisões e as mudanças na vida. Antes da lista de práticas, queremos atentar ao tripé da sustentabilidade que deve acompanhar hábitos, ações, campanhas e empresas sustentáveis.
Em 2002, o sociólogo e consultor britânico John Elkington formulou o conceito Triple Bottom Line - o tripé da sustentabilidade, onde tudo o que é sustentável precisa ser socialmente justo, ambientalmente equilibrado e economicamente viável. Esses três pilares precisam trabalhar juntos e simultaneamente para que algo seja considerado sustentável. No Brasil, o conceito também pode ser conhecido por PPL: Pessoas, Planeta e Lucro. Com nome diferente, mas com o mesmo significado:
Social: nesse quesito falamos de pessoas, direitos humanos, relações trabalhistas, conexão com a comunidade ao redor e com a sociedade como um todo. Para ser sustentável, as pessoas precisam ser pensadas e o impacto gerado na relações com elas também.
Ambiental: aqui a atenção é para o planeta como um todo. Precisamos estar atentos aos recursos usados no que se produz e se consome. Quando o recurso é renovável, qual a ação de quem produz para que aquele recurso não se acabe? Se for não-renovável, estamos usando o recurso do melhor modo ou só explorando sem pensar nas consequências do seu fim para a humanidade? Uma boa solução é pensar em Economia Circular, um outro conceito que é essencial para essa perna do tripé não bambear.
Econômico: a questão cerne aqui é que não adianta ser lucrativo e deixar rastro de destruição, seja na natureza, seja nos seres humanos ou ainda nos dois. Também não é sustentável cuidar do meio ambiente e usar mão-de-obra explorada que não recebe o justo por sua hora de trabalho. O lucro não pode estar acima das pessoas e nem do planeta, mas andar em uma equação equilibrada.
__
Saiba mais sobre Economia Circular
__
Diante desses fatores, podemos olhar para os nossos hábitos e transformar nossas ações em genuinamente sustentáveis. Para isso criamos uma lista com 4 dicas simples que podem te ajudar nesse caminho.
Esse é um passo fácil para alguns e extremamente difícil para outros. Planejar o que você precisa comprar evita desperdício e aquisição de bens e serviços que você não precisa. Ir ao mercado, à feira, ao shopping, à livraria etc com absoluta consciência do que você precisa e/ou do quanto você pode gastar é importante para a saúde do planeta e do seu bolso também. Em caso de dúvidas, use as 6 perguntas do consumo consciente a seu favor.
Você pode começar bem simples: com uma lista de mercado para suas compras e focar somente nela ou ir comprar um presente para alguém querido com um orçamento definido e não sair dele em hipótese nenhuma. É incrível a revolução que essas pequenas mudanças fazem. Com esse passo, pode ser que aquela viagem inviável ao seu bolso, passe a ser mais viável.
__
Por falar em viagem e sustentabilidade, saiba mais sobre Turismo Sustentável e sobre ser um Turista Consciente.
__
Observar o lixo que você produz é um passo importante quando tomamos consciência que não existe um jogar fora. A mudança de mentalidade acontece quando compreendemos que esse fora é o nosso planeta. Aqui vai desde o questionamento de “isso é mesmo lixo?” a “eu preciso dessa sacola?” no mercado usando uma mochila que cabe todo o conteúdo comprado.
A reciclagem é um caminho importante e que não podemos mais negligenciar. No Brasil só 3% do lixo é reciclado! Você é responsável pelo seu lixo e pelas consequências dele no mundo. Sabia que existe um aplicativo brasileiro para conectar catadores com você? O Cataki é uma alternativa bem legal para quem não tem coleta seletiva disponível.
Uma outra sugestão é para o lixo orgânico: a compostagem. O Ciclo Orgânico recolhe lixo orgânico para compostagem com planos para diversos tamanhos de famílias e empresas. Vale conhecer.
Também não deixe de compactar as embalagens que precisem ir pro lixo. Caminhões de lixo transportam menos do que a capacidade pelo volume dos sacos. Compactando, eles farão menos viagens, gastaram menos combustível e serão também mais sustentáveis.
__
As empresas têm responsabilidades legais com os resíduos sólidos que geram em suas operações. Entenda o que são resíduos sólidos e por que o Brasil gerou uma lei para eles.
__
Mudar nem sempre é simples, mas no guarda-chuva de que é trabalhoso e/ou caro, vamos protelando mudanças que são possíveis e/ou planejáveis. A seguir você lerá uma série de provocações nesse sentido. Você não precisa mudar tudo da noite para o dia, mas você pode repensar sua relação com esses itens.
Que dia acontece a feira em seu bairro? Tem algum mercado de produtores e/ou orgânicos na sua região? Onde estão os artesãos da sua cidade? Onde eles vendem? Possivelmente um pequena busca no Google te ajude a chegar a essas repostas ou um papo com outras pessoas do seu bairro. Se não tiver nada disso, pode ser uma pauta importante a se pensar.
Se você não consegue entender ainda a razão de comprar do pequeno, vou apresentar alguns motivos:
__
Aprofunde seu conhecimento sobre comprar do Pequeno Produtor nessa matéria da Pequenas Empresas e Grandes Negócios.
__
O futuro do Planeta depende desse “um passo de cada vez” e de cada cidadão assumindo seu papel nas Relações Humanas, no Meio Ambiente e na Economia.