Falar do impacto dos resíduos no Meio Ambiente é automaticamentefalar da nossa relação com o consumo. Longe de nós querer responsabilizar osconsumidores por todo ou maior parte do impacto no planeta. Mas quem consome,sabendo dos problemas que o consumo desenfreado gera no mundo, tem o poder de mudaressa cadeia de poluição.
A indústria da moda é a segunda maior poluidora do mundo. Porisso falar do impacto da indústria têxtil é muito importante. Entendemos quefalar de consumo sustentável também é falar de produção sustentável. A contanão é apenas do consumidor, mas enquanto consumidores precisamos entender o queestá acontecendo para mudarmos nosso hábitos e usar nossa força mobilizadorapara que as marcas também repensem e ajam de modo diferente.
O fast fashion é o maior responsável pela poluição dos rios.Na China, na cidade de Wenzhou, o rio ficou vermelho com eliminação de corantesvermelhos na água. Adivinha qual era a cor da coleção?
De acordo com o relatório “A new textiles economy:Redesigning fashion's future” da EllenMacArthur Foundation, um caminhão de lixo cheio deresíduos têxteis é desperdiçado a cada segundo, enquanto menos de 1% das roupasé reciclada e transformada em outra roupa.
Essa é a escala mundial, mas fazendo um recorte e olhandoapenas para a realidade de São Paulo, na região do Brás e do Bom Retiro sãomais de 2 toneladas de resíduo têxtil descartado por dia, gerando 730toneladas/ano!
“A indústria da moda é sobre beleza. Mas qual é a beleza de73% das 53 milhões de toneladas de roupas produzidas acabarem aterradas ou incineradas?” Ellen MacArthur
Questionar a durabilidade das peças, saber quem fez e emquais condições de trabalho e remuneração (vale a pena conhecer o movimentofashion revolution), qual destino foi dado para o que sobrou de tecido dasproduções e se de fato precisamos seguir cada uma das tendências que surgem nomercado da moda é um passo importante.
Cobrar das marcas que usamos para que sejam sustentáveis emtodos os quesitos é importante, deixar de consumir quando os dados apresentadosou a falta de transparência não bate com o mundo que queremos também. Não épara rasgar e jogar fora as peças que já tem, mas é sim para conduzir o consumopara uma via mais de razão do que de emoção e paixão.
Daremos continuidade a essa temaapresentando uma série de marcas que estão se posicionando e buscando mudaresse cenário. Não é preciso perder as esperanças, tem muita coisa boaacontecendo. Se cada um fizer sua parte a ajudar a divulgar as boas práticas,vamos mudar de uma contaminação nociva ao meio ambiente a uma contaminaçãomaravilhosa de cidadãos mais conscientes para um mundo mais sustentável. Acompanhe aqui no Blog Asta.