Eunice de Sousa da Silva é a personificação do coração demãe. Amor e força transbordam na vida da paraibana criadora do grupo CosturaUnida, que tem uma filha biológica, 9 filhos adotivos, 17 em processo de adoçãoe carinho de sobra para ajudar outras crianças e também as famílias da vizinhança.
Em 1991, ao mudar com a família para a comunidade de PradosVerdes, em Nova Iguaçu (RJ), Eunice percebeu que muitas mulheres não tinhamtrabalho ou com quem deixar os filhos. Como tinha uma oficina de costura, passoua ensinar outras mulheres a costurar e terceirizar os serviços, além de acolheras crianças. Foi assim que surgiu o grupo Costura Unida e a creche comunitáriaPrados Verdes, que atende cerca de 80 crianças.
Hoje o Costura Unida conta com 30 máquinas e dezenas decostureiras, inclusive avós, mães e filhas trabalhando lado a lado. Sempre quehá demanda, novas mulheres são treinadas.
"Se eu não souber fazer e me dera oportunidade, eu aprendo”, explica Eunice.
As novas integrantes começamfazendo os serviços mais simples e aos poucos vão recebendo treinamento dascolegas mais experientes. A capacidade de produção chega a 1500 peças por dia ea renda gerada é fundamental para a vida das famílias.
“Se não tem produção e falta algo para uma delas eu dou roupa,dou sapato, dou arroz. O que estiver faltando. Aqui não falta nada. É simples,mas o básico não falta para mim e meus filhos. Também não deixo que falte paraelas” - Dona Eunice.
O grupo faz parte da Rede Asta desde 2012 e já incorporou osprincípios de upcycling na forma de produzir. Quando não há encomendas, donaEunice cria produtos com reaproveitamento de tecidos e mobiliza a comunidadepara revender. Tudo para conseguir ajudar o maior número possível depessoas: “Eu não posso ver as pessoaspassando necessidade e não fazer nada. Amai ao próximo como a ti mesmo é umensinamento que eu sigo. Esse trabalho é minha vida, minha força”.
